Entrevista com Rem Koolhaas – Rotterdam
Está nas bancas na edição de Outubro da revista Bamboo uma entrevista que fiz com o arquiteto Holandês Rem Koolhaas. Por entre discussões sobre São Paulo, Brasília, Holanda, Cidade de Lagos, economia de mercado, revoluções, alienação e outros assuntos, Koolhaas falou sobre sua cidade natal, a Rotterdam do Pós-Guerra. Lembranças de infância de um dos mais importantes pensadores de nosso tempo:
“GK – Você nasceu em Rotterdam no final da Segunda Guerra. Como era morar numa cidade que era praticamente uma tábula rasa urbana?
RK – Eu nasci em 1944. Eu tive uma vida muito excitante porque para uma criança é uma maravilha morar em uma cidade destruída. Você pode brincar em qualquer lugar, você pode brincar com o perigo; haviam ruínas, haviam bombas.
GK – Eu vi algumas fotos de Rotterdam no final da guerra e era algo inacreditável.
RK – Mas isso era também muito empolgante para uma criança. Não havia nada. Havia, de fato, pobreza de verdade. Eu acho que uma das minhas forças como arquiteto é que eu sei realmente o que é pobreza. Eu quero dizer, não em um sentido abstrato. Depois, de 1952 a 1956, eu fui para a Indonésia, o que foi ainda mais animador. Quando eu tinha 12 anos, eu voltei para a Holanda o que foi muito tedioso.
GK – Você estudou cinema quando estava na Holanda?
RK – Eu não estudei, mas tinha amigos que frequentavam a escola de cinema. Eu escrevi alguns roteiros. Em 1968, eu fui para Londres e novamente foi empolgante e depois fui para Nova Iorque de 1972 e 1979. Eu fui procurado para uma Bienal em 1980. Preciso admitir que aconteceu algo totalmente independente de mim que simplesmente fez dessas primeiras experiências algo muito forte, uma espécie de fundação para a carreira arquitetônica.”
Post escrito por Gabriel Kogan
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